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  • Foto do escritorGedson Bravim

Eu uso: Serrote Greaves

Atualizado: 5 de mai. de 2021

Transcrito de uma conversa por telefone e adaptado por Bogdan Skorupa

Uso um serrote marcado como W. Greaves para abrir cunhas de madeira usados para tampo e fundo de violinos, mas também para retirar lâminas de madeira de blocos. Muitas das madeiras usadas em violino vêm em blocos que tem bastante sobra. Penso que seria um desperdício transformar toda esta madeira em cavacos. Um detalhe importante do serrote que possuo: acredito que seja uma cópia do Greaves (muito boa, por sinal), que comentei noutro texto.

Este serrote é comprido (26 polegadas), possui 6 dentes por polegada. A lâmina tem 1mm de espessura e, atualmente, está com 1,5mm de trava. Da lâmina até a ponta do dente, são 2,5mm. A afiação do dente é do tipo rip, ou seja, para corte longitudinal às fibras. E a afiação, com certeza, dura mais que a dos serrotes mais baratos encontrados por aí, o que já indica certa dureza do aço usado na lâmina -- ainda que lembre que o Greaves original durava mais tempo afiado.


Possuo ainda outro serrote menor, com 17,5 polegadas de comprimento, 10 dentes por polegada, lâmina com 0,8mm de espessura, trava com 1,1mm e dente com 1,5mm de altura. Também com afiação rip, para corte longitudinal.


Com este par de serrotes, aproveito ao máximo as madeiras vendidas para construção de violino (cunha para fundo e bloco para braço, por exemplo). Ambos os serrotes são firmes: lâmina dificilmente se torce. O que seria desastroso se estivesse tirando uma lâmina de madeira fina como para as laterais de violino (brutas: com ~2mm de espessura). Consigo retirar lâminas com perda de pouco menos que 2mm no corte. Nos bons dias, perco 1,5mm -- a largura da trava. E não é necessária uma base planificada e perpendicular ao corte, como seria indispensável para cortar na serra fita.


Em ambos, há um fator importante: podem ser constantemente afiados. Algo bem diferente do que se passa para os serrotes japoneses, em que precisava trocar a lâmina quando os dentes perdiam o fio.


Um detalhe interessante do serrote é que o cabo parece muito com o do Greaves original, que é feito em madeiras do gênero Fagus (conhecida também como Beech). Porém, este aqui mais se parece com Pau-Marfim. Hoje em dia, estes serrotes são supervalorizados. Veja só, em 2005, paguei 75 reais por este serrote... hoje em dia, qualquer serrote Greaves ou cópias (as vezes bem ruins) custam acima de 600 reais quando procuramos na internet.


Agora, é importante pensar que, muito além da marca Greaves, procuramos serrotes com bom aço e características que permitam cortes retos e limpos.

 

Serrote Greaves: William Greaves & Sons - Sheffield, Londres.

Ferramentas da empresa Greaves eram comumente enviadas ao Brasil.

Madeiras do gênero Fagus são conhecidas genericamente como Faias

Exemplo de loja com serrotes de boa qualidade, detalhando características e preços (justos)

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